Negócios & cia – Jornal O Globo (05 de maio de 2012)
Livre Mercado
A SOCCEREX, feira de negócios esportivos no Rio, em novembro, terá dia voltado aos novos investimentos no futebol. Hélio Viana organiza.
Flávia Oliveira
Negócios & cia – Jornal O Globo (05 de maio de 2012)
Livre Mercado
A SOCCEREX, feira de negócios esportivos no Rio, em novembro, terá dia voltado aos novos investimentos no futebol. Hélio Viana organiza.
Flávia Oliveira
Hélio Viana
Executivo do mercado financeiro
Quando o Brasil sediou sua primeira Copa do Mundo em 1950, o desenvolvimento do país dava os primeiros passos. Contando com 50 milhões de habitantes, vivíamos, à semelhança de hoje, uma época de prosperidade, testemunhando um crescimento de 8% ao ano e a expansão do parque industrial brasileiro. Getúlio Vargas era reconduzido à Presidência e o País parava para assistir à dramática partida entre Brasil e Uruguai, pela final da Copa, no que foi considerada a “maior tragédia do esporte nacional”.
O estádio do Maracanã, “o maior do mundo”, então, foi construído em apenas três anos e inaugurado a uma semana do primeiro jogo. Ainda assim, foi o único legado deixado pela Copa ao País, que não conseguiu tratar de seus problemas de insuficiência de energia e precariedade de transporte. Passados 64 anos, o Brasil sediará, em 2014, sua segunda Copa do Mundo e, dois anos depois, os Jogos Olímpicos, uma excelente oportunidade de desenvolvi¬mento, além de um grande privilégio para os brasileiros.
No mundo globalizado atual, o esporte tem uma grande penetração em nossa sociedade, impactando todos os elos da cadeia econômica, da construção civil aos alimentos e bebidas, do vestuário à industria da informática. A realização destes dois eventos internacionais, com suas oportunidades de negócios inerentes, não deve se limitar, portanto, ao cum¬primento das metas elaboradas pelas entidades organi¬zadoras. O governo precisa saber aproveitar este momento, montando estratégias para maximizar seus benefícios.
De acordo com estudo da Fundação Getúlio Vargas, serão injetados R$ 142 bilhões na economia até a Copa de2014 e mais P550 bilhões até os Jogos Olímpicos de 2016. A previsão é que também sejam gerados 3,5 milhões de empregos, no que pode se tomar o momento de maior inclusão social da história do País. Para isso, porém, será necessária a disposição do governo para a qualificação de nossa mão de obra, ajudando a transformar em definitivos, muitos dos empregos temporários que surgirão.
Após a Copa da Alemanha, em 2, o aumento da receita dos clubes locais foi de 33%, mesmo com a crise de 2008. Na França, por outro lado, o estádio de Saint Dennys, planejado e construído para a Copa de 1998 sem o envolvimento do Paris Saint Germain, encontra-se hoje uti¬lizado para shows eventuais e corridas de cachorros. Na África do Sul, as equipes de Rrugby alegam falta de estrutura nos estádios e o críquete também não os utiliza porque o tamanho do gramado é inferior ao necessário. Como não houve um planejamento para desenvolvimento do futebol, não tão cedo os estádios lotarão para assistir a uma partida. Viraram, assim, uma manada de elefantes brancos. A inflação chegou a 5% e o desemprego a 25% no pós-copa.
Apesar de termos nos tornado recentemente a sexta economia do mundo, ainda estamos em 19º lugar entre os países do G-20 em níveis de desigualdade, o que evidencia o tamanho dos desafios que temos pela frente. É preciso que todo o investimento realizado em função dos eventos esportivos que acontecerão no Brasil nos próximos anos seja revertido em prol do bem-estar da população, para além desse período. É fundamental que, tanto o capital físico, como o capital humano gerado, transforme-se em capital fixo e sirva de legado a ser usufruído pelas próximas gerações. Afinal, o potencial de transformar e evoluir encontra-se na essência da atividade esportiva, e, não sendo assim, qual a necessidade e tamanho esforço para realizá-los?
A revista FORBES, edição Abril/2012, publicou uma reportagem sobre o Brasil, com destaque a WSB – World Sports & Business, realizada pelo empresário Hélio Viana. Veja abaixo:
O negócio do esporte representa apenas 1% do PIB do Brasil, enquanto na maioria dos países é responsável por até 5%. Isto significa que há um enorme mercado que ainda tem que ser aproveitado por empresas do setor de esportes, diz Hélio Viana, executivo financeiro que tem 25 anos de experiência em negócios esportivos.
Em setembro, Hélio Viana está realizando a WSB – World Sports & Business no Rio de Janeiro, uma feira internacional destinada a promover as oportunidades abertas para companhias internacionais com potencial para beneficiar o setor esportivo no Brasil.
Além da organização da feira WSB, com parceria do Banif Investiment Bank, Hélio Viana vai prestar serviços de consultoria, aconselhamento e apoio para as empresas que têm o potencial de se beneficiar de grandes eventos esportivos que se aproximam no Brasil.